Liga dos Djs de São Tomé e Príncipe

A Liga é formada por jovens oriundos de distintos bairros lisboetas, mas sobretudo da zona de Sacavém/Loures, onde a forte presença imigrante dá o tom também nas musicalidades.
Com uma história de formação singular e diversa, as ilhas de São Tomé e Príncipe foram entreposto do sistema escravista durante mais de quatro séculos, o que resultou numa heterogeneidade cultural, linguística e musical.

Mais sobre o artista: Os membros desta “Liga” são, muitos deles, já nascidos em Portugal, mas com fortes vínculos às ilhas. Das heranças musicais trouxeram o frescor das possibilidades engendradas pelas novas tecnologias, as músicas “di gheto”, como são chamadas em Portugal, produzidas por uma geração que se situa entre o aqui e o acolá, mas com toda a herança musical de seus pais, tios e avôs, de Sangazuza, de Hyder Índia, os Untués e tantos outros grupos/cantores fenomenais, que, sintetizando esta dicotomia entre o período colonial e a independência, produziram musicalidades diversas e ricas, produtos destes períodos marcados por lutas de independência (e o Conjunto Leonino bem como os Untués são marco maior neste processo).
Mesclando os sintetizadores com as percussões tocadas segundo o ambiente em que estão inseridos, a Liga de Djs de São Tomé reflete hoje os diálogos musicais engendrados há séculos por povos que vivenciaram estes encontros involuntários. Numa Europa supostamente diversa e múltipla, também aqui, nestas musicalidades, ouvimos a presença do zouk dos Kassav, as batidas de rappers como Mito e Gi, assim como a diversidade linguística dos crioulos, do angolar, do português ali falado.